quarta-feira, outubro 27, 2010

terça-feira, outubro 26, 2010

Diante do trono e da mídia

Diante do Faustão, o Diante do Trono me pareceu diferente. As músicas encolheram, ninguém falou em línguas, não teve "unção do Leão". Foi uma dica dos produtores do programa, da gravadora, foi uma percepção de Ana Paula Valadão?

Ana Paula é uma cantora carismática (em mais de um sentido). Quando respondia às perguntas do Faustão com aquela vozinha meiga nem parecia a pastora que adentra o terreno do êxtase com a mesma facilidade com que sai dele. Talvez por isso haja a crítica às performances teatralizadas da cantora. Quem não se entrega aos seus arroubos emocionados, acaba achando que ali tem muito teatro. Seria uma espécie de encenação da contrição. Olhos fechados, voz chorosa, gestos dramáticos: os DVDs do Diante do Trono estão repletos de cenas assim.

Por que no Domingão do Faustão isso não aconteceu? Por que a cantora não irrompeu no "falar em línguas"? Seria para não espantar os telespectadores não-evangélicos (ou mesmo parte dos evangélicos)? Ou o tempo no programa foi curto?

Quem estava acostumado a ouvir as longas repetições das canções do Diante do Trono viu na TV algo do tipo "Querida, encolhi as canções". O grupo esteve 15 minutos ao vivo no Faustão. Como esse é o tempo que eles levam pra terminar uma só música, certamente tiveram que encolher as canções.
Sem as repetições, as músicas ficaram mais agradáveis. Particularmente, não sou apreciador do estilo do Diante do Trono. Não por causa das letras simples. "Deus é tão bom" é pequena e simples e é bonita. Apenas aprecio outro tipo de música cristã, dou valor a outros quesitos musicais e teológicos. Embora isso não faça de mim um cristão mais justo do que aquele que esteve na multidão em Barretos para a gravação do dvd do Diante do Trono.

Não há problema algum em cantores cristãos irem aos programas da TV secular. Tem que ir mesmo e estar pronto para falar e cantar. E Ana Paula Valadão esteve contida, com uma expressão simpática, falando sobre seu ministério religioso-musical. Mas a proposta de atingir o maior número de pessoas (o que é bom) levou a cantora a dizer que existe uma igreja para cada tipo de comportamento que se quer manter (o que é ruim). O cristianismo fica parecendo uma vitrine self-service: o cardápio doutrinário fica a gosto do freguês, digo, fiel. E se não agradar, abra-se outro restaurante, digo, igreja. Depois, ela acabou chamando os "adoradores apaixonados" de "fãs". Fecha-se o elo: o fiel se transforma em fã porque trata seu irmão como um ídolo. E vice-versa.

No entanto, a novidade é a senhora da indústria do entretenimento. O que hoje é fashion amanhã acordará obsoleto. Até outro dia era o Padre Marcelo Rossi e sua "aeróbica do Senhor", lembra? Agora é Aline Barros e Diante do Trono. Daqui a cinco, dez anos serão outros. A fila anda.

Que ninguém se iluda de que a grande mídia está abrindo as portas diretamente para o evangelho. Dick Asher, executivo da CBS, disse certa vez: "Não vou fingir que estamos aqui por alguma explosão de fé religiosa. Estamos aqui pelo potencial de vender discos no mercado gospel". As redes de TV "abrem as portas" pelo mesmo motivo. Então, que os cristãos possam ter sabedoria para falar da sua fé e para cantar do Verbo sem se deixar encantar pelas verbas.
Fonte: Notanapauta

sábado, outubro 16, 2010

Nosso verdadeiro lar

Recentemente foi lançado um filme nacional baseado na obra psicografada de Chico Xavier: “Nosso Lar.” Estima-se que foram gastos nas filmagens milhões de reais, centenas de metros de cabos, fios e tubos. Além de máquinas, painéis e outros materiais que justificam o título de superprodução. Li várias sinopses e observei atentamente relatos de pessoas que assistiram ao filme no cinema. Mais uma vez se confirma o poder dos recursos audiovisuais na crença e na conversão das pessoas à ideia não bíblica da alma imortal. O filme prega claramente a possibilidade de “acertos” pós-morte e uma vida perfeita num fictício “Céu” denominado de Nosso Lar.

É de estranhar o aparente interesse cada vez maior da mídia por temas espiritualistas. A Rede Globo de televisão colocou recentemente no ar a novela “Escrito nas Estrelas” e a minissérie “A Cura”. Ambas produções espiritualistas. A última mostrando a operação de “grandes sinais e prodígios” (Mateus 24:24) na cura de doenças.

No entanto, como adventistas do sétimo dia, nada desse estranho interesse espiritualista da mídia é de surpreender. Apocalipse 16:13 e 14 nos alerta sobre três espíritos imundos que saem da boca do dragão, e Ellen White escreveu, no livro O Grande Conflito, página 588: “Mediante os dois grandes erros - a imortalidade da alma e a santidade do domingo - Satanás há de enredar o povo em suas malhas.”

Na mesma página, lemos palavras tão atuais, como se a profetisa estivesse sentada em frente à propaganda da minissérie “A Cura”, ao escrever: “Por meio do espiritismo Satanás aparece como benfeitor da humanidade, curando as doenças do povo e pretendendo apresentar um novo e mais elevado sistema de fé religiosa.”

A Bíblia é clara quanto ao tema: “Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento” (Eclesiastes 9:5).

“Porque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó tornarão” (Eclesiastes 3:19, 20).

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma” (Eclesiastes 9:10).

Além desses versos, dezenas de outros estão distribuídos por toda a Bíblia para que o estudante sincero possa aprender que (1) somos mortais; (2) nossas decisões em vida são únicas e têm consequências eternas; e (3) a morte é um sono que acabará apenas com a glória majestosa da vinda de Jesus, quando Ele vai nos levar ao nosso VERDADEIRO lar (1 Tessalonicenses 4:16).

Muitos jovens adventistas serão tentados a assistir por curiosidade esse “sucesso” brasileiro cheio de efeitos cinematográficos, mesmo que não tenham dado prestígio semelhante a outros produtos nacionais. Meu conselho é: Fuja dessa tentação!

Quem me conhece sabe que não gosto de sensacionalismo nem de falsos reavivamentos. Porém estou certo de que Jesus está muito perto de voltar e Satanás deseja enganar a todos quantos seja possível. O caminho mais seguro diante disso é escutar as sábias e inspiradas palavras de Deus: “Sejam cautelosos no que se refere ao que leem e a como ouçam. Não tomem o mínimo interesse em teorias espiritualistas” (Ellen G. White, Medicina e Salvação, p. 101, 102).

Levando os membros a entrar em contato com essas teorias, Satanás traz terríveis consequências para a igreja de Deus: dúvidas a respeito de assuntos espirituais; não entendimento ou aceitação da ideia de alma ou espírito imortal; confusão e suspeita de que o Espírito de Deus na Bíblia é a alma do Pai atuando no mundo; membros fraquejando e duvidando da necessidade de tomar decisões definitivas quando o Espírito Santo toca o coração; e até dificuldades no trabalho evangelístico.

Enfim, “Nosso Lar” tem o propósito máximo de nos “enganar, destruir e roubar” (João 10:10) a chance de vivermos um dia em Nosso Lar Eterno.

Querido amido, não seja enganado! Fique vivo! Se prepare para nosso VERDADEIRO lar.

(Pastor Rafael Stehling de Oliveira, distrital em Nova Lima, MG)
Leia também:
Como vivem os mortos

domingo, outubro 10, 2010

Não compreendi aquele texto de Jesus no qual Ele afirma que os discípulos fariam maiores obras do que Ele. ­- S.M., Praia Grande, SP.

Sua dúvida diz respeito ao texto de João 14:12: "Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, porque Eu vou para junto do Pai."

Pelo contexto do verso, vemos que as obras mencionadas envolvem tudo aquilo que Jesus fez uso para pregar o evangelho, palavras e milagres (ou sinais). Segundo o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, volume 5 [CD ROM, espanhol], quando Jesus afirmou que os discípulos fariam maiores obras, estava dizendo que as obras realizadas por eles seriam maiores em quantidade e não em qualidade. Isso porque "a obra de Cristo só havia abarcado uma pequena zona do mundo. Depois da ascensão, o Evangelho se espalharia por toda a terra". Diz o mesmo Comentário que após Cristo ascender ao Céu e enviar o Espírito Santo, foi possível no Pentecostes (ver Atos 2) dotar os discípulos com grande poder para proclamar o evangelho de modo que uns 40 anos mais tarde Paulo pôde dizer que o evangelho tinha sido pregado "a toda criatura debaixo do Céu" (Colossenses 1:23).
Como filhos de Deus, devemos contribuir para que Jesus volte logo. Podemos fazer isso usando os talentos que nos foram dados pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:1-11) para a pregação do evangelho: "esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão" (2 Pedro 3:12). As perguntas que devem nos levar a refletir são: Temos tomado parte na seara do Senhor? Temos ajudado Jesus a pregar a todas as pessoas? (Mateus 24:14). Poderemos, naquele dia em que nosso Salvador voltar, ser considerados por Ele "servos bons e fiéis" (Mateus 25:21) e "benditos do Pai"? (ver Mateus 25:34-46).

Leandro Quadros

segunda-feira, outubro 04, 2010

Devemos entender as 2.300 “tardes e manhãs” (Dn 8:14) como 2.300 dias ou como 1.150 dias?



Muitos comentaristas sugerem que o período profético das 2.300 “tardes e manhãs”, em Daniel 8:14, deveria ser interpretado como 1.150 dias literais. A Bíblia na Linguagem de Hoje chegou a escrever Daniel 8:14 com a expressão “1.150 dias”. Essa interpretação, porém, por mais popular que seja, baseia-se na conjectura de que a expressão “tardes e manhãs” se refere aos sacrifícios da “manhã” e da “tarde” do antigo cerimonial hebreu (ver Êx 29:38-42); e que 2.300 “tardes e manhãs” seriam a soma de 1.150 sacrifícios da “manhã” com 1.150 sacrifícios da “tarde”, que na prática totalizariam “1.150 dias” literais.

É certo que em Daniel 8 encontramos referências diretas ao ritual do santuário, nos versos 1114; bem como alusões indiretas a esse ritual, na menção a um “carneiro” e um “bode” (versos 3-8, 20 e 21), animais estes que só apareciam juntos, naquele ritual, por ocasião do Dia da Expiação (Lv 16:5).

Mas no período de tempo envolvido, a expressão usada não é “manhã e tarde”, como nas alusões ao sacrifício diário (Êx 29:39, Nm 28:4), e sim, “tarde e manhã”, como no relato dos dias da Criação, onde cada “tarde e manhã” significa um dia completo (ver Gn 1:5, 8, 13, 19, 23 e 31).

Portanto, a expressão idiomática “tardes e manhãs” (hebraico `ereb boqer) exige que o numeral 2.300 permaneça como tal, sem ser artificialmente fracionado para 1.150.
Fonte: Sinais dos Tempos, setembro/outubro de 2000. p. 21 (usado com permissão)

Para saber mais sobre a profecia de Daniel 8:14 clique AQUI.