sábado, novembro 26, 2016

Contemplar o Belo

A sociedade moderna em geral tem vivido uma realidade rápida e volátil. Em consequência, o homem moderno investe em novas tecnologias na busca por mais e novas informações, compra novos produtos pensando no mundo aparente e exterior, e vive uma busca incessante por uma felicidade superficial e fugaz. O resultado é uma sociedade ansiosa, consumista e por muitas vezes superficial que vive apenas para o mundo de fora.
A ideia de que existe um modelo ideal de vida faz com que pessoas de todas as idades mergulhem em um mundo externo – a exteriorização existencial, conforme a TIM (Teoria da Inteligência Multifocal), na qual apenas os estímulos externos, seja por meio do consumo, dos meios de comunicação e das relações sociais superficiais, parecem satisfazer nossos anseios. Nessa lógica, conquista-se o conforto material instantâneo, mas não se acomoda aquilo que está dentro de si. Conecta-se a tudo, menos ao que se precisa verdadeiramente o seu Eu interior. Conquista-se uma grande rede de conexões, mas não se constrói relações sólidas. Mergulhar nesse mundo é se fazer vulnerável às mais diversas armadilhas e deixar a saúde emocional à deriva.
Se buscamos realmente satisfação e prazer duradouro, é preciso que isso está mais perto do que imaginamos e da forma mais simples do que pensamos. Alguma vez você parou para olhar profundamente algo e extrair inspiração para suas alegrias, para seu estado de bem-estar? Buscou alegria em uma atitude simples e corriqueira do seu dia-a-dia? Caso sua resposta seja positiva, você provou da fórmula capaz de libertar dos males que nos coloca à beira da crise da infelicidade, a contemplação do belo.
O contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É um olhar profundo, que vai além da admiração, é buscar enxergar além da imagem, é deixar se inspirar e se nutrir de prazer, das pequenas às grandes coisas, é sentir os sabores que a vida proporciona e buscar o prazer em viver, é aproveitar o que as relações podem trazer de melhor. Contemplar o belo está na conversa com os amigos, no admirar o sorriso de quem se ama, é admirar o caminhar de uma criança, é estar ao lado de quem se ama, compartilhar o alimento. É admirar as nuvens, as estrelas no céu. Ouvir os pássaros e o caminhar das formigas. É buscar sentir além do que as imagens podem mostrar, além do que as palavras podem dizer.
É preciso educarmos nossa emoção para buscar prazer em tudo aquilo que nos rodeia e se permitir ver com os olhos do coração. Devemos educar a emoção para fazer das pequenas coisas um espetáculo aos olhos, fazer de cada momento uma vivência mágica, ter um romance com a vida, valorizar aquilo que realmente importa.
Agora pense, quanto tempo você gasta observando as belezas da vida, compartilhando o tempo com sua família, tirando proveito e valorizando as coisas simples da vida? E quanto tempo você passa nas redes sociais, consumindo produtos e informação, pensando naquilo que não tem em vez de valorizar o que tem? Muitos dizem que não tem tempo, e com isso deixam de enxergar além do que está a sua frente. Se reservar ao menos 10 minutos do seu dia para contemplar o belo, estará protegendo a sua emoção, além de desenvolver funções relevantes da inteligência, como a generosidade, a sensibilidade, a segurança, a autocritica, a estabilidade emocional.
Procure aproveitar os momentos de forma mágica, se permita amar, abraçar e ser abraçado, admire as pessoas que ama e aproveite as conversas com elas. Tenha um romance com você mesmo e com a vida. Buscar a felicidade sem contemplar o belo é correr sem rumo, quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.
Menthes

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