quarta-feira, março 18, 2009

Religiosos lutam contra a morte com mais intensidade, diz estudo

Um estudo de um instituto de tratamento do câncer nos Estados Unidos sugere que pessoas com fortes crenças religiosas lutam com mais intensidade contra a morte.
Pesquisadores do Instituto do Câncer Dana-Faber, de Boston, Massachusetts, acompanharam 345 pacientes com câncer em fase terminal até a hora de sua morte.
Eles afirmam que aqueles que rezavam regularmente pareciam querer que os médicos prolongassem suas vidas o máximo possível. De acordo com a pesquisa, pacientes com fortes traços religiosos tendiam a receber tratamentos intensivos para prolongar a vida três vezes mais do que aqueles que não eram tão religiosos.
A pesquisa também sugere que este tipo de cuidado intensivo, incluindo técnicas de ressuscitação, podem fazer com que a morte seja mais difícil.
"Estas descobertas precisam ser mais discutidas dentro das comunidades religiosas, e podem gerar mais reflexão daqueles que fornecem aconselhamento pastoral para pacientes com câncer em fase terminal", disse Holly Prigerson, que liderou a pesquisa.
O relatório dos pesquisadores americanos foi publicado na revista especializada Journal of the American Medical Association.
Força da religião
Entre os consultados, pouco mais de 30% concordaram com a afirmação de que a fé é "a coisa mais importante que faz você continuar".
Segundo os pesquisadores, era menor nesse grupo o número de pessoas que assinaram uma ordem proibindo os médicos o uso de técnicas de ressuscitação.
Outros estudos
Outras pesquisas realizadas nos Estados Unidos mostraram que pessoas religiosas tendiam a apoiar o uso de cuidados intensivos nos últimos dias de vida. Entretanto, poucos estudos foram feitos para saber se estas pessoas recebiam estes cuidados.
Outros estudos afirmam que intervenções como cuidados intensivos nas últimas semanas e dias antes da morte podem reduzir a qualidade de vida do paciente.
Estudiosos da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh descobriram que tratamentos como a respiração com ajuda de aparelhos e ressuscitação, alimentação com o uso de tubos e quimioterapia não paliativa estavam associados a mais sofrimento físico e psicológico.
(BBC Brasil)

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