Diante do Faustão, o Diante do Trono me pareceu diferente. As músicas encolheram, ninguém falou em línguas, não teve "unção do Leão". Foi uma dica dos produtores do programa, da gravadora, foi uma percepção de Ana Paula Valadão?
Ana Paula é uma cantora carismática (em mais de um sentido). Quando respondia às perguntas do Faustão com aquela vozinha meiga nem parecia a pastora que adentra o terreno do êxtase com a mesma facilidade com que sai dele. Talvez por isso haja a crítica às performances teatralizadas da cantora. Quem não se entrega aos seus arroubos emocionados, acaba achando que ali tem muito teatro. Seria uma espécie de encenação da contrição. Olhos fechados, voz chorosa, gestos dramáticos: os DVDs do Diante do Trono estão repletos de cenas assim.
Por que no Domingão do Faustão isso não aconteceu? Por que a cantora não irrompeu no "falar em línguas"? Seria para não espantar os telespectadores não-evangélicos (ou mesmo parte dos evangélicos)? Ou o tempo no programa foi curto?
Quem estava acostumado a ouvir as longas repetições das canções do Diante do Trono viu na TV algo do tipo "Querida, encolhi as canções". O grupo esteve 15 minutos ao vivo no Faustão. Como esse é o tempo que eles levam pra terminar uma só música, certamente tiveram que encolher as canções.
Sem as repetições, as músicas ficaram mais agradáveis. Particularmente, não sou apreciador do estilo do Diante do Trono. Não por causa das letras simples. "Deus é tão bom" é pequena e simples e é bonita. Apenas aprecio outro tipo de música cristã, dou valor a outros quesitos musicais e teológicos. Embora isso não faça de mim um cristão mais justo do que aquele que esteve na multidão em Barretos para a gravação do dvd do Diante do Trono.
Não há problema algum em cantores cristãos irem aos programas da TV secular. Tem que ir mesmo e estar pronto para falar e cantar. E Ana Paula Valadão esteve contida, com uma expressão simpática, falando sobre seu ministério religioso-musical. Mas a proposta de atingir o maior número de pessoas (o que é bom) levou a cantora a dizer que existe uma igreja para cada tipo de comportamento que se quer manter (o que é ruim). O cristianismo fica parecendo uma vitrine self-service: o cardápio doutrinário fica a gosto do freguês, digo, fiel. E se não agradar, abra-se outro restaurante, digo, igreja. Depois, ela acabou chamando os "adoradores apaixonados" de "fãs". Fecha-se o elo: o fiel se transforma em fã porque trata seu irmão como um ídolo. E vice-versa.
No entanto, a novidade é a senhora da indústria do entretenimento. O que hoje é fashion amanhã acordará obsoleto. Até outro dia era o Padre Marcelo Rossi e sua "aeróbica do Senhor", lembra? Agora é Aline Barros e Diante do Trono. Daqui a cinco, dez anos serão outros. A fila anda.
Que ninguém se iluda de que a grande mídia está abrindo as portas diretamente para o evangelho. Dick Asher, executivo da CBS, disse certa vez: "Não vou fingir que estamos aqui por alguma explosão de fé religiosa. Estamos aqui pelo potencial de vender discos no mercado gospel". As redes de TV "abrem as portas" pelo mesmo motivo. Então, que os cristãos possam ter sabedoria para falar da sua fé e para cantar do Verbo sem se deixar encantar pelas verbas. Fonte: Notanapauta
Ana Paula é uma cantora carismática (em mais de um sentido). Quando respondia às perguntas do Faustão com aquela vozinha meiga nem parecia a pastora que adentra o terreno do êxtase com a mesma facilidade com que sai dele. Talvez por isso haja a crítica às performances teatralizadas da cantora. Quem não se entrega aos seus arroubos emocionados, acaba achando que ali tem muito teatro. Seria uma espécie de encenação da contrição. Olhos fechados, voz chorosa, gestos dramáticos: os DVDs do Diante do Trono estão repletos de cenas assim.
Por que no Domingão do Faustão isso não aconteceu? Por que a cantora não irrompeu no "falar em línguas"? Seria para não espantar os telespectadores não-evangélicos (ou mesmo parte dos evangélicos)? Ou o tempo no programa foi curto?
Quem estava acostumado a ouvir as longas repetições das canções do Diante do Trono viu na TV algo do tipo "Querida, encolhi as canções". O grupo esteve 15 minutos ao vivo no Faustão. Como esse é o tempo que eles levam pra terminar uma só música, certamente tiveram que encolher as canções.
Sem as repetições, as músicas ficaram mais agradáveis. Particularmente, não sou apreciador do estilo do Diante do Trono. Não por causa das letras simples. "Deus é tão bom" é pequena e simples e é bonita. Apenas aprecio outro tipo de música cristã, dou valor a outros quesitos musicais e teológicos. Embora isso não faça de mim um cristão mais justo do que aquele que esteve na multidão em Barretos para a gravação do dvd do Diante do Trono.
Não há problema algum em cantores cristãos irem aos programas da TV secular. Tem que ir mesmo e estar pronto para falar e cantar. E Ana Paula Valadão esteve contida, com uma expressão simpática, falando sobre seu ministério religioso-musical. Mas a proposta de atingir o maior número de pessoas (o que é bom) levou a cantora a dizer que existe uma igreja para cada tipo de comportamento que se quer manter (o que é ruim). O cristianismo fica parecendo uma vitrine self-service: o cardápio doutrinário fica a gosto do freguês, digo, fiel. E se não agradar, abra-se outro restaurante, digo, igreja. Depois, ela acabou chamando os "adoradores apaixonados" de "fãs". Fecha-se o elo: o fiel se transforma em fã porque trata seu irmão como um ídolo. E vice-versa.
No entanto, a novidade é a senhora da indústria do entretenimento. O que hoje é fashion amanhã acordará obsoleto. Até outro dia era o Padre Marcelo Rossi e sua "aeróbica do Senhor", lembra? Agora é Aline Barros e Diante do Trono. Daqui a cinco, dez anos serão outros. A fila anda.
Que ninguém se iluda de que a grande mídia está abrindo as portas diretamente para o evangelho. Dick Asher, executivo da CBS, disse certa vez: "Não vou fingir que estamos aqui por alguma explosão de fé religiosa. Estamos aqui pelo potencial de vender discos no mercado gospel". As redes de TV "abrem as portas" pelo mesmo motivo. Então, que os cristãos possam ter sabedoria para falar da sua fé e para cantar do Verbo sem se deixar encantar pelas verbas. Fonte: Notanapauta
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