sexta-feira, janeiro 30, 2009

A Profecia de Daniel 8

O CHIFRE PEQUENO


I. Quem é o chifre pequeno de Daniel 8?
“ O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou. Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado .” – Daniel 8:8-14.
O bode de que trata a profecia é a Grécia (vv. 21-22). Os 4 chifres notáveis do império grego foram os 4 generais que sucederam Alexandre, o Grande: Ptolomeu, Cassandro, Lisímaco e Selêuco.
Na versão Almeida Revista e Atualizada (uma das mais utilizadas no Brasil), o v. 9 começa com a expressão: “de um dos chifres”. Porém, o original hebraico traz o seguinte: “de um deles”. Esta tradução é confirmada pela respeitada King James Version , em inglês.
É importante analisarmos o detalhe acima, porque o texto em português dá a entender que o chifre pequeno surgiu “dos outros 4 chifres”, ou seja, ele seria proveniente do império grego. Os que defendem esta teoria (os chamados preteristas ), como a maioria dos evangélicos e católicos, dizem que este chifre pequeno é representado por ANTÍOCO EPIFÂNIO. Eles apresentam os seguintes argumentos:
a) Antíoco foi um rei selêucida - Como membro desta dinastia de reis, ele surgiu de um dos 4 chifres mencionados em Dn 8:8, pois esta foi a origem do chifre pequeno.
b) A sucessão de Antíoco foi irregular - Este argumento está baseado no v. 24 do cap. 8.
c) Antíoco perseguiu os judeus.
d) Ele contaminou o templo de Jerusalém e interrompeu seus serviços.
Porém, um estudo mais acurado da Bíblia e da história nos mostra que Antíoco não satisfaz os requisitos para o poder representado pelo chifre pequeno de Daniel. A natureza do chifre pequeno rejeita Antíoco como sua identidade:
a) Grandeza comparativa do chifre pequeno.
O verbo “engrandecer” (GADAL) aparece somente uma vez em relação com à Pérsia e somente uma vez com relação à Grécia. Porém, aparece 3 vezes relacionando-se ao chifre pequeno. Mostra-se que o chifre teria um poder progressivo e crescente, até o tempo do fim (vv. 17, 19, 26).

b) Atividades do chifre pequeno: conquistas, atividades anti-templo.
c) Fatores de tempo para o chifre pequeno: origem, duração, fim.
Antíoco permaneceu no poder por pouco tempo (de 175 a.C. até 164/3 a.C.). Era o 8º de uma dinastia de mais de 20 reis selêucidas.
d) Natureza do chifre pequeno – conforme a profecia, este chifre seria “quebrado sem esforço de mãos humanas” (v. 25). Isto mostra a maneira singular com que o chifre seria derrotado. Ou seja, o próprio Deus intervirá para colocar um fim à perseguição de Seu povo, produzida por este poder blasfemo e arrogante. O que não ocorreu com Antíoco, que morreu de causas naturais durante uma campanha pelo Oriente.
e) Origem do chifre pequeno.
Como mencionado acima, há um problema na tradução do início do verso 9, pois o original hebraico afirma que o chifre pequeno sairia “de um deles”, fazendo referência aos 4 ventos citados no final do verso 8.
A tradução correta do texto sugere que o chifre pequeno sairia de um dos 4 ventos, ou seja, de um dos 4 pontos cardeais. Roma veio do lado Oeste, e cumpre todos os demais requisitos para que o chifre pequeno seja identificado com sua fase papal, principalmente.

II. Algumas Características Importantes (Dn 8:19-26)
1. Ele sobe no meio dos 10 chifres do animal, após derrubar 3 deles – o chifre surgiria do império romano, e abateria 3 dos 10 reinos que formaram este império (foram 3 destes 4 reinos: Visigodos, Vândalos, Hérulos e Ostrogodos).
2. Ele possuía olhos, como os de homem, bem como uma boca “arrogante” e “insolente” – o poder representado pelo chifre pequeno é um poder temporal, religioso e com pensamentos arrogantes e orgulhosos relativos ao seu alcance de dominação mundial.
3. O chifre pequeno parecia mais “robusto” do que os seus “companheiros” – ele conseguiria em certo momento dominar até mesmo o poder temporal, bem como o religioso.
4. Fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles – seria um perseguidor daqueles que desejassem permanecer fiéis às leis de Deus, e rejeitarem a contrafação que o chifre pequeno apresentaria ao mundo.
5. Proferiria palavras contra Deus – sua pretensão seria tal que até mesmo as prerrogativas divinas este poder tomaria para si.
6. Magoaria os santos de Deus – a perseguição seria feroz e grande.
7. Mudaria os tempos e a lei – o sábado da lei de Deus seria alterado por um outro dia de guarda, em obediência total ao poder do chifre pequeno.
8. Dominaria os santos por 3,5 tempos (1260 anos. Cf. Dn 4:16, 23, 25, 32; 7:25; 11:13; 12:7; Ap 11:2, 3; 12:6, 13; 13:5) - durante este período de tempo, os santos estariam quase que totalmente à mercê das sangrentas perseguições do chifre pequeno (538 AD a 1798 AD).
9. Seria julgado pelo tribunal divino, e destruído – chegará o momento em que Deus mesmo intervirá definitivamente, e o chifre pequeno com todos os seus seguidores serão destruídos ante a autoridade do Deus Eterno.

Não há como fugir da realidade histórica de que apenas um pode encaixa-se nas características reveladas em Daniel sobre a identidade do chifre pequeno: ROMA, EM SUAS FASES PAGÃ E PAPAL:
1. Veio após o império grego;
2. Foi um poder forte e dominador;
3. Conseguiu prevalecer sobre o reino temporal e religioso;
4. Dominou o mundo por 1260 anos de perseguição religiosa;
5. Colocou um sistema de intercessão para obscurecer o sistema do Santuário de Israel;
6. Proferiu blasfêmias e arrogâncias, ostentando-se como possuidor das prerrogativas da Divindade;
7. Alterou a própria lei de Deus, exatamente no elemento de tempo da lei – o sábado (Êxo. 20:8-11).
Mais uma vez, os Adventistas saem ganhando por utilizarem o mesmo método que Jesus utilizava para interpretar as Escrituras, ou seja, O MÉTODO GRAMÁTICO-HISTÓRICO, que permite que a própria Bíblia se revele no estudo da história das nações.
Os preteristas, que colocam os cumprimentos de Daniel e de Apocalipse, quase que totalmente no passado, não resistem a um estudo cuidadoso e profundo das profecias.
Vivemos no limiar dos últimos dias, quando aquela “pedra” de Daniel 2 será jogada dos céus, e um reino eterno será instituído, cujo poder e autoridade permanecerão pelos séculos dos séculos. Amém!

Prof. Gilson Medeiros

Um comentário:

Hugo Marcos Ferreyra disse...

Hola, ojalá muchas personas se enteren de el real significado de las profecias de Daniel, que nos ayudan a saber lo que vá a acontecer hasta la segunda venida de Cristo.
Que Dios,nuestro creador, te continue usando en la predicación de su palabra!!! Maranata.
Hugo-Santo Ângelo-RS.