segunda-feira, dezembro 12, 2011

Por que você vai à Igreja?

Qual a utilidade da Igreja?
Por que devemos frequentar uma?
O que leva às pessoas a buscarem uma igreja?
Por que sair da minha casa para ir em um local onde as pessoas dizem adorar a Deus?

Você já se fez este tipo de pergunta?

É curioso quando observamos que a frequência a uma Igreja, com o tempo, acaba se tornando algo mecânico para muitas pessoas. Já estamos acostumados com aquela "agenda semanal", e sabemos que naquele(s) dia(s) e hora(s) específica(s) temos um "compromisso" marcado. A grande maioria só faz isso uma vez por semana. No caso dos Adventistas, no sábado pela manhã.

Mas... o que nos motiva a continuarmos indo à igreja, semana após semana?
Os mais conservadores dirão que é o Espírito Santo que nos motiva. Concordo... em parte.

A grande maioria das pessoas vive em uma luta frenética pela sobrevivência. Sobrevivência no trabalho; sobrevivência nos estudos; sobrevivência no casamento; sobrevivência na saúde... etc.

Lembro do que o Dr. LaRondelle escreveu em seu livro "O que é salvação":
"Há muitos no mundo e na Igreja que inconscientemente anseiam pela mensagem: ‘Os teus pecados estão perdoados’" (p. 78).

Acredito que esta é a PRINCIPAL razão que nos motiva a nos dirigirmos até a Igreja. É claro que este sentimento é fruto da ação do Espirito Santo em nossa vida! Esse não é o ponto dessa reflexão. O que eu quero chamar a atenção, especialmente de líderes e pregadores, é que cada congregação analise se está "saciando" este anseio da alma dos seus frequentadores (?).

As pessoas que se dirigem até sua igreja local estão saindo de lá, ao final do culto, com a certeza de que reabasteceram sua "bateria" para continuarem na jornada? Estamos oferecendo o mesmo alimento do espírito que Jesus oferecia aos Seus ouvintes? Temos, de fato, saciado esta sede/fome daqueles que procuram nossos cultos a cada semana?

Em alguns lugares, sim!
Em outros, não!

Durante este trimestre temos estudado exaustivamente sobre os embates de Paulo com os legalistas de seu tempo. Parece que temos muitos "descendentes espirituais" destes mesmos legalistas também em nossos dias. São pessoas que acreditam que a melhor pregação, o melhor sermão, é aquele que "chama o pecado pelo nome"; aquele que "chicoteia" o pecador; aquele que faz com que as pessoas chorem "lágrimas de sangue" ao final do sermão. Este tipo de pregador gosta de se colocar em uma posição arrogante, superior, puritana... e só falta dizer: "querem ser salvos, perfeitos e livres do pecado? Sejam como eu!".

Nossos cultos, nossos sermões, nossos hinos e cânticos, devem exaltar a Jesus, e a Ele só! As pessoas vão às igrejas em busca de cura para as feridas da alma, para as dificuldades e lutas do dia-a-dia. E se lá elas só encontram as "pedradas" dos santarrões de plantão, então elas passarão a ver que a igreja é um lugar de dor e sofrimento, e não de libertação.

Será por isso que muitas igrejas não atraem visitantes?
Será por isso que muitas igrejas não possuem jovens em seus cultos?
Será por isso que muitas igrejas têm ouvintes tristes e frequentadores "mornos"?

Talvez...

Quando aprendermos a utilizar as ferramentas que Jesus nos deixou, manuseando-as como Ele fazia... então veremos mais sorrisos nos rostos de pessoas que estão sendo tocadas pelo Espírito libertador de Jesus. O mesmo Espírito que curou e aliviou o sofrimento (físico, mental e espiritual) de tantas pessoas de Seu tempo.

Deixemos de usar o chicote em nossos púlpitos... e passemos a utilizar mais a ÁGUA DA VIDA.

"Todos ficavam maravilhados com o Seu ensino, porque lhes ensinava como Alguém que tem autoridade e não como os mestres da lei" (Marcos 1:22).

Pregar um sermão "legalista" é muit fácil... difícil é saciar a sede do povo.
Isso Jesus fazia muito bem.

Por Gilson Medeiros

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