O princípio presente na injunção "amai-vos cordialmente uns aos outros" (Rom. 12:10), jaz à base do próprio fundamento da felicidade doméstica. A cortesia cristã deve reinar em todo lar. Custa pouco, mas tem poder para abrandar naturezas que sem ela se desenvolveriam ríspidas e rudes. O cultivo de uma cortesia uniforme, da disposição de fazer aos outros o que nós gostaríamos que nos fizessem a nós, seria capaz de banir metade dos males da vida. Signs of the Times, 9 de setembro de 1886.
Se quisermos que nossos filhos pratiquem a bondade, a cortesia, o amor, devemos dar-lhes nós mesmos o exemplo. Signs of the Times, 25 de março de 1882.
Falarem os pais bondosamente aos filhos e louvá-los quando procuram fazer o que é direito, pode encorajar-lhes os esforços e torná-los muito felizes, atraindo para o círculo da família um encanto que espancará toda sombra e chamará a alegre claridade. Mútua bondade e paciência farão do lar um paraíso e atrairão santos anjos para o círculo da família; mas eles fugirão da casa onde há palavras desagradáveis, rixas e atritos. Ausência de bondade, queixumes e ira expulsam Jesus do lar. Signs of the Times, 17 de abril de 1884.
Há muitos que devem viver menos para o mundo exterior e mais para sua própria família. Haja menos demonstração de polidez superficial e afetação para com estranhos e visitantes e mais da cortesia que brota do genuíno amor e simpatia para com os entes amados de nosso próprio lar. Signs of the Times, 2 de outubro de 1884.
Há grande necessidade de cultivo do verdadeiro refinamento no lar. Este é um poderoso testemunho a favor da verdade. A vulgaridade de linguagem e de maneiras, seja em quem for que apareça indica coração poluído. A verdade de origem celestial jamais degrada o que a recebe, jamais o torna grosseiro ou rude. A verdade é de influência abrandadora e refinadora. Quando recebida no coração, torna o jovem respeitoso e polido. A polidez cristã é recebida unicamente sob a operação do Espírito Santo. Ela não consiste em afetação ou polidez artificial, em honras e sorrisos forçados. Esta é a espécie de polidez que os mundanos possuem, mas são destituídos da verdadeira cortesia cristã. A verdadeira cortesia, a polidez verdadeira, só é derivada do conhecimento prático do evangelho de Cristo. A verdadeira polidez, a cortesia verdadeira, é a bondade mostrada a todos, alto ou baixo, rico ou pobre. Manuscrito 74, 1900.
A essência da verdadeira polidez é a consideração para com os outros. A educação essencial e duradoura é a que alarga a simpatia, favorece a afabilidade universal. Aquela pretensa cultura que não torna o jovem atencioso para com seus pais, fazendo-o apreciador de suas boas qualidades, indulgente para com seus defeitos, e útil às suas necessidades, e que o não torna ponderado e escrupuloso, generoso e útil aos jovens, velhos e infelizes, e também cortês para com todos - é um fracasso. Educação, pág. 241.
As mais valiosas regras para o intercâmbio social e de família podem ser encontradas na Bíblia. Nela se encontra não apenas a mais pura e melhor norma de moralidade, mas também o mais valioso código de civilidade. No sermão do Monte, feito por nosso Salvador, contém instrução de incalculável valor para adultos e jovens. Devia ser lido sempre em família e seus preciosos ensinamentos exemplificados na vida diária. A regra de ouro: "Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós" (Mat. 7:12), bem como a ordem apostólica: "Preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rom. 12:10), deve tornar-se a lei da família. Os que estimam o espírito de Cristo manifestarão polidez no lar, um espírito de benevolência mesmo nas pequenas coisas. Estarão constantemente procurando tornar todos felizes ao seu redor, esquecendo de si mesmos em sua bondosa atenção para com os outros. Este é o fruto que nasce na árvore cristã. Signs of the Times, 1º de julho de 1886.
A regra áurea é o princípio da verdadeira cortesia, e sua mais genuína ilustração se manifesta na vida e no caráter de Jesus. Oh! que suave e bela influência partia da vida diária de nosso Salvador! Que doçura exalava só de Sua presença! O mesmo espírito se revelará em Seus filhos. Aqueles em quem Cristo habita, serão circundados duma atmosfera divina. Suas brancas vestes de pureza exalarão o perfume do jardim do Senhor. Seus rostos refletirão a luz do Seu, iluminando o trilho para pés fatigados e prontos a tropeçar O Maior Discurso de Cristo, pág. 135.
O tratado mais valioso sobre boas maneiras que já foi escrito é a preciosa instrução ministrada pelo Salvador, pela voz do Espírito Santo, mediante o apóstolo Paulo, palavras essas que deveriam ser indelevelmente escritas na memória de todo ser humano, jovem ou velho:
A Bíblia recomenda a cortesia, e apresenta muitas ilustrações do espírito abnegado, das graças gentis, do temperamento cativante, que caracteriza a verdadeira polidez. Tais não são senão reflexos do caráter de Cristo. Toda ternura e cortesia verdadeira no mundo, mesmo entre os que não reconhecem o Seu nome, dEle procedem. E Ele deseja que estas características se reflitam perfeitamente nos Seus filhos. É Seu propósito que em nós os homens contemplem Sua beleza. Educação, págs. 241 e 242.
O cristianismo torna as pessoas bem educadas. Cristo era cortês, mesmo com os Seus perseguidores; e os Seus verdadeiros seguidores devem manifestar o mesmo espírito. Olhai para Paulo, conduzido perante os juízes. Seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira cortesia, assim como de persuasiva eloqüência. O Evangelho não ensina a polidez formalista corrente no mundo, mas a cortesia que deriva de um coração cheio de bondade. A Ciência do Bom Viver, págs. 489 e 490.
O mais meticuloso cultivo das propriedades externas da vida não é suficiente para limar toda a irritabilidade, aspereza nos juízos e inconveniência nas palavras. O verdadeiro refinamento não se revelará jamais, enquanto nos considerarmos a nós mesmos como o objeto supremo. O amor deve residir no coração. O cristão verdadeiro tira seus motivos de ação do profundo amor pelo Mestre. Do amor a Cristo brota o interesse abnegado por seus irmãos. A Ciência do Bom Viver, pág. 490.
Caso exista no coração a divina harmonia da verdade e do amor, resplandecerá em palavras e ações. ... O espírito de genuína beneficência deve habitar no coração. O amor dá graça, propriedade e modéstia na conduta daquele que o possui. O amor ilumina o semblante e suaviza a voz; enobrece e eleva a inteira personalidade. Põe-na em harmonia com Deus; pois é um atributo celeste. Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 579.
A verdadeira cortesia não se aprende pela mera prática das regras de boas maneiras. Deve em todo o tempo ser observado o devido comportamento. Sempre que não se ache envolvida uma questão de princípios, a consideração para com os outros nos levará à conformidade com os costumes aceitos; entretanto, a verdadeira cortesia não exige o sacrifício do princípio aos usos convencionais. Ela desconhece classes sociais. Ensina o respeito de si mesmo, respeito à dignidade do homem como homem, consideração por todo membro da grande fraternidade humana. Educação, pág. 240.
Acima de tudo, devem os pais cercar os filhos de uma atmosfera de alegria, cortesia e amor. O lar em que habita o amor, e onde encontra expressão nos olhares, nas palavras e atos, é um lugar em que os anjos se deleitam em demorar-se. Pais, que a luz do amor, da jovialidade, e de um feliz contentamento entre em vosso próprio coração, e sua doce influência invada o lar. Manifestai espírito bondoso, paciente, e incentivai-o em vossos filhos, cultivando todas as graças que iluminarão a vida doméstica. A atmosfera assim criada será para as crianças o que o ar e a luz do Sol são para o mundo vegetal, promovendo a saúde e o vigor do espírito e corpo. Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, pág. 115.
Maneiras gentis, conversação agradável, atos de amor unirão o coração dos filhos a seus pais pelos suaves laços de afeição e farão mais para tornar atrativo o lar do que os mais raros ornamentos que se poderão comprar com dinheiro. Signs of the Times, 2 de outubro de 1884.
Está no propósito de Deus que pessoas de diferentes temperamentos se associem. Quando este é o caso, cada membro da família tem o dever sagrado de considerar os sentimentos e respeitar os direitos uns dos outros. Por este meio será cultivada mútua consideração e tolerância, os preconceitos serão amenizados e abrandados os pontos fortes do caráter. Deve garantir-se a harmonia, e o intercâmbio de temperamentos será benéfico a cada um. Signs of the Times, 4 de abril de 1911.
Os que professam ser seguidores de Cristo e são ao mesmo tempo rudes, ríspidos, destituídos de cortesia em palavras e no comportamento, não aprenderam de Jesus. Um homem briguento, opressor, crítico, não é um cristão. Ser cristão é ser semelhante a Cristo. A conduta de alguns cristãos professos é tão destituída de bondade e cortesia que o bem que fazem é julgado por mal. Sua sinceridade pode não ser passível de dúvida; sua honestidade pode não ser questionada, mas sinceridade e honestidade não justificam a falta de bondade e cortesia. O cristão deve ser compassivo, assim como sincero, misericordioso e cortês como também reto e honesto. The Youth"s Instructor, 31 de março de 1908.
Qualquer negligência de atos de polidez e amável consideração da parte de irmão para com irmão, qualquer negligência de palavras bondosas e animadoras no círculo da família, quer de pais para com os filhos ou destes para com aqueles, confirma atos que produzirão um caráter anticristão. Mas se essas pequenas coisas são praticadas, tornam-se grandes coisas. Adquirem grandes proporções. Transcendem ao suave perfume na vida, o qual ascende a Deus como santo incenso. Manuscrito 107, 1898.
Muitos anseiam intensamente por amizade e simpatia. ... Devemos ser abnegados, procurando sempre oportunidades, mesmo nas pequenas coisas, para mostrar gratidão pelos favores que temos recebido de outros e procurando ocasião de alegrar a outros e aliviar-lhes as tristezas e as cargas por atos de amável bondade e pequenos atos de amor. Esses atenciosos atos de cortesia que, começando na família se estendem fora de seu círculo, ajudam na soma do que faz feliz a vida; e a negligência dessas pequenas coisas ajudam na soma do que torna a vida amarga e triste. Testimonies, vol. 3, págs. 539 e 540.
É através de relações sociais que o cristão entra em contato com o mundo. Todo homem ou mulher que tenha provado o amor de Cristo e recebido no coração a iluminação divina, é convidado por Deus a derramar luz no caminho de trevas dos que não estão informados do melhor caminho. Testimonies, vol. 4, pág. 555.
Podemos mostrar mil pequenas atenções em palavras de amizade e olhares de bondade, o que se refletirá de novo sobre nós. Cristãos indiferentes manifestam por sua negligência de outros que não estão em união com Cristo. É impossível estar em união com Cristo e ainda ser desconsiderados para com outros e negligentes de seus direitos. Testimonies, vol. 3, pág. 539.
Todos nos devemos tornar testemunhas de Jesus. O poder social, santificado pela graça de Cristo, deve ser aperfeiçoado em atrair almas para o Salvador. Demos a conhecer ao mundo que não nos achamos absorvidos de forma egoísta em nossos próprios interesses, mas desejamos que os outros participem das bênçãos e privilégios que desfrutamos. Mostremos-lhes que nossa religião não nos torna faltos de simpatia nem exigentes. Que todos quantos professam haver encontrado a Cristo, sirvam, como Ele fez ao bem dos homens. Nunca deveríamos dar ao mundo a falsa impressão de que os cristãos são uma gente triste, descontente. O Desejado de Todas as Nações, pág. 152.
Fonte: O Lar Adventista - páginas 421 a 429.
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