terça-feira, dezembro 11, 2012

Natal do mundo vs. Natal de Deus


Aproxima-se a passos largos mais uma época natalícia. Se o/a prezado/a amigo/a acompanha este espaço há pelo menos um ano, já terá reparado que, pessoalmente, rejeito as celebrações de Natal, conforme as concebemos atualmente: quase tudo centrado na festa, no apetite, nos prazeres, no orgulho, e não no fundamental, que é a Pessoa de Jesus.

No entanto, aprendi que, como Adventistas, poderemos ter aqui uma excelente oportunidade de testemunho; mas para isso, há alguns comportamentos a necessitar urgente revisão. Isto porque, temos visto que, também neste aspeto, importamos do mundo demasiadas tendênciasperdendo algum foco, propósito e eficácia na proclamação de uma mensagem distinta.

Deixe-me esclarecer previamente: sou totalmente contra o Natal conforme o mundo o concebe hoje; mas, sou totalmente a favor do aproveitamento da época, conforme Ellen White nos sugere que façamos. Mas, infelizmente, vemos que esse conselho não tem sido seguido com todo o rigor...

Em tempos passados, alguns irmãos fizeram o favor de me enviar alguns textos da irmã White que, supostamente, apoiavam a ideia de que deveríamos associar-nos às celebrações natalícias. Vi aqui dois pequenos (ou talvez não...) lapsos: a) eram-me enviados apenas excertos seletivos do que ela escreveu sobre o assunto; b) ao ler e refletir sobre os restantes conselhos, percebi que a irmã White apoia não tanto a celebração do Natal em si, mas sim (reforçando uma ideia que já expus) um aproveitamento criterioso da ocasião.

Eis um caso concreto. Já recebi esta frase várias vezes: “Deus muito Se alegraria se no Natal cada igreja tivesse uma árvore de Natal…” Por outro lado, parece esquecido o restoda frase: “…sobre a qual pendurar ofertas, grandes e pequenas, para essas casas de culto.” (O Lar Adventista, p. 482). Ora, a primeira parte justifica vontades; a segunda denuncia erros...

Ainda na segunda parte desta citação, nota-se um sentimento claramente voltado para o louvor e ações de graças! Apetece-me perguntar: as árvores de Natal que erguemos sãoenfeitadas com essas ofertas de louvor e gratidão conforme somos aconselhados a fazer... ou com os nossos presentes e decorações terrenos?

Leia de seguida acerca das graves consequências que advirão de uma negligência com relação à simples ocupação do tempo natalício:

A juventude deve ser tratada com muito cuidado. Não devem ser deixados no Natal a buscar seus próprios divertimentos em prazeres vãos, em diversões que lhes rebaixarão a espiritualidade. Os pais podem controlar esta questão voltando a mente e as ofertas dos filhos para Deus e Sua causa e a salvação de almas” (Lar Adventista, p. 478).

E de que forma usamos os recursos que Deus nos dá para administrar? Lembre-se que não apenas o dízimo pertence ao Senhor, mas sim tudo quanto temos; somente, em relação ao dízimo Deus ordena a sua voluntária devolução; o restante, que fica, também é Seu, entregue nas nossas mãos para gerirmos. E como recursos, entenda financeiros, físicos, morais, inteletuais, etc..

Novamente, o conselho de Ellen White, em Mensagens aos Jovens, p. 311: "lembremo-nos de que o Natal é celebrado em comemoração do nascimento do Redentor do mundo. Este dia é geralmente gasto em festas e glutonaria. Grandes somas de dinheiro são gastas em desnecessárias condescendências pessoais. O apetite e os prazeres sensuais são satisfeitos a expensas da força física, mental e moral. Todavia, isto se tornou um hábito. O orgulho, a moda e a satisfação do paladar têm tragado imensas quantias que a ninguém, em verdade, beneficiaram, mas animaram uma prodigalidade de meios desagradável a Deus. Esses dias são passados mais em glorificar ao próprio eu do que ao Senhor. A saúde tem sido sacrificada, o dinheiro, pior do que se fosse jogado fora; muitos têm perdido a vida mediante oexcesso de comidas ou a desmoralizadora dissipação, e almas se têm assim perdido”.

Não descreve este parágrafo alguns dos nossos comportamentos errados nesta época? Não denuncia que estamos a agir mais de acordo com a tradição secular, mundana, do que com a instrução que Deus entendeu por bem deixar-nos por escrito através da irmã White?

O que acaba por acontecer ao condescendermos com hábitos que não têm a sua origem na vontade e autorização de Deus? Eis as respostas em palavras que não são minhas:

As sugestões de Satanás são executadas em muitas, muitas coisas. Nossos aniversários natalícios e festas de Natal e de Ações de Graça frequentemente são devotados à satisfação do eu, quando a mente devia ser dirigida para a misericórdia e a amorável benignidade de DeusDeus Se desagrada de que Sua bondade, Seu constante cuidado, Seu incessante amor não sejam trazidos à lembrança nessas ocasiões de aniversário!” (Conselhos sobre Mordomia, p. 259).

E o que dizer da escolha de presentes que fazemos? Será que estamos a proceder de forma a agradar a Deus? Ou simplesmente, a seguir na onda do que vemos ao nosso lado? Pense por si mesmo:

"Está certo concedermos a outros demonstrações de amor e afeto, se em assim fazendo não esquecemos a Deus, nosso melhor amigo. Devemos dar nossos presentes de tal maneira que se provem um real benefício ao que recebe. Eu recomendaria determinados livros que fossem um auxílio na compreensão da Palavra de Deus ou que aumentem nosso amor por seus preceitos. Provede algo para ser lido durante esses longos serões de inverno" (Review and Herald, 26 de dezembro de 1882).

Só de pensar na exibição orgulhosamente materialista que na maior parte das vezes as nossas crianças fazem (não por sua culpa, evidentemente!) na manhã do dia 25, nem preciso comentar o parágrafo anterior...

igreja da qual faço parte foi estabelecida há quase dez anos. Neste período, considero que todas as nossas festas de Natal foram um grande sucesso por terem apresentado Jesus(não apenas o seu nascimento, mas também e principalmente a Sua vida e sacrifício salvador em favor do homem). Creio ter sido esta a ideia na mente de Ellen White quando escreveu aquelas linhas que lemos atrás.

Quero colocar o assunto nestes termos: nesta história e celebração, a estrela, a vedeta, o personagem principal deve ser sempre Jesus - nunca as nossas queridas criancinhas e os presentes que lhes entregamos; nunca as faustosas refeições que colocamos diante de nós; nunca uma árvore decorada com as nossas ofertas egoístas; nunca as afinadas melodias que enchem o ar; nunca as impressionantes luzes que iluminam ruas e casas... Tudo isto édevaneio, ilusão, desvio do importante, que tragicamente acaba por passar ao lado... E lá se vai a oportunidade que deveríamos ter aproveitado.

Este é um perigo graveretirarmos Jesus do lugar que Lhe pertence! Comprove-o aqui:

"Irmãos e irmãs, enquanto estais planeando dar presentes uns aos outros, desejo lembrar-vos nosso Amigo celestial, para que não passeis por alto Suas reivindicações. Ele Se agradará semostrarmos que não O esquecemos. Jesus, o Príncipe da vida, deu tudo a fim de pôr a salvação ao nosso alcance. ... Ele sofreu mesmo até à morte, para que nos pudesse dar a vida eterna.

É por meio de Cristo que recebemos todas as bênçãos. ... Não deve nosso Benfeitor celestialparticipar das provas de nossa gratidão e amor? Vinde, irmãos e irmãs, vinde com vossos filhos, mesmo os bebês em vossos braços, e trazei ofertas a Deus, segundo vossas possibilidades. Cantai ao Senhor em vosso coração, e esteja em vossos lábios o Seu louvor" (O Lar Adventista, p. 480).

Caro irmão, deixe-me dizer-lhe honesta e abertamente: não celebre o Natal; celebre JESUS!

Por Felipe Reis (O Tempo Final)

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